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São Thomas More

  • bozumiiiiii
  • 22 de jun. de 2024
  • 5 min de leitura
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Sâo Thomas More nasceu em 7 de fevereiro de 1478, em Milk Street, Londres. Ele era o segundo de seis filhos de Sir John More, um advogado e juiz respeitado, e Agnes Graunger. A posição de seu pai no sistema judicial proporcionou a Thomas More um ambiente intelectualmente estimulante desde cedo.


Infância:


Durante sua infância, Thomas foi exposto a um ambiente que valorizava a educação e a disciplina. Seu pai, Sir John More, era um homem rigoroso que acreditava na importância do estudo e do trabalho árduo. Essa influência paterna moldou o caráter de Thomas e seu compromisso com a justiça e a moralidade.


Educação Inicial:


Thomas More começou sua educação na St. Anthony's School, uma das melhores escolas de Londres na época. Lá, ele mostrou-se um estudante brilhante, destacando-se em latim e grego, que eram fundamentais para uma educação humanista. Essa base sólida permitiu-lhe desenvolver um profundo apreço pelos clássicos e pela filosofia.


Tempo como Pajem:


Ainda jovem, More serviu como pajem na casa de John Morton, o Arcebispo de Canterbury e Lord Chancellor da Inglaterra. Morton era uma figura influente na política e na Igreja e reconheceu o potencial de Thomas. Ele incentivou More a continuar seus estudos e seguir uma carreira no direito e no serviço público.


Universidade de Oxford:


Em 1492, com 14 anos, More foi enviado para a Universidade de Oxford, onde estudou no Canterbury College. Em Oxford, ele se aprofundou no estudo do latim, grego, lógica e filosofia. Seus professores incluíam figuras renomadas como Thomas Linacre e William Grocyn, que eram grandes eruditos do Renascimento. Durante esse período, More começou a formar suas próprias ideias sobre ética, política e religião.


Estudo de Direito:


Após dois anos em Oxford, More deixou a universidade para seguir a vontade de seu pai e estudar Direito em Londres. Ele ingressou no New Inn, uma das "Inns of Chancery", onde estudantes recebiam treinamento básico antes de se mudarem para as "Inns of Court" para estudos jurídicos avançados. Posteriormente, More transferiu-se para Lincoln's Inn, uma das quatro "Inns of Court" principais. Durante sua formação em Lincoln's Inn, More não só se destacou nos estudos jurídicos, mas também se envolveu ativamente na vida intelectual da instituição, participando de debates e estudos avançados em direito canônico e civil.


Vida Ascética:


Thomas More foi profundamente influenciado pela espiritualidade e pelo humanismo cristão. Desde jovem, ele foi exposto às práticas e crenças da Igreja Católica, que desempenhavam um papel central na vida de sua família e na sociedade inglesa da época.


Consideração da Vida Monástica:


Durante sua juventude, enquanto estudava Direito em Londres, More viveu por um tempo na Cartuxa de Londres, um mosteiro cartuxo conhecido por suas rigorosas disciplinas ascéticas. Os cartuxos eram famosos por seu estilo de vida austero, que incluía longos períodos de silêncio, jejum e oração. More praticou essas disciplinas rigorosamente, buscando uma vida de reflexão espiritual profunda e autocontrole moral. Embora ele nunca tenha feito votos monásticos, esse período teve um impacto duradouro em sua espiritualidade e em seu compromisso com os princípios éticos.


Devoção e Práticas Religiosas:


More manteve um estilo de vida religioso intenso ao longo de sua vida. Ele praticava a oração diária, participava frequentemente da missa e tinha um profundo respeito pelos sacramentos da Igreja Católica. More também era conhecido por sua devoção à oração da Liturgia das Horas e por seus hábitos de caridade e serviço aos pobres.


Escritos Religiosos:


Além de suas atividades jurídicas e políticas, More escreveu extensivamente sobre temas religiosos. Ele compôs várias obras apologéticas defendendo a fé católica contra as heresias da Reforma Protestante. Seus escritos, como "Diálogo Concerning Heresies" (1529) e "A Treatise on the Passion" (1534), refletem sua profunda erudição teológica e seu compromisso com a ortodoxia católica.


Conflito com o Rei Henrique VIII. Contexto Histórico:


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O conflito de More com Henrique VIII foi motivado pelo desejo do rei de obter um divórcio de sua primeira esposa, Catarina de Aragão. Henrique queria casar-se com Ana Bolena, esperando que ela lhe desse um herdeiro masculino. Quando o Papa Clemente VII se recusou a anular o casamento de Henrique, o rei decidiu romper com a Igreja Católica e estabelecer a Igreja da Inglaterra, declarando-se seu chefe supremo.


Opinião de More sobre o Divórcio Real:


More, sendo um católico devoto e um defensor da autoridade papal, não podia aceitar a anulação do casamento de Henrique com Catarina de Aragão. Ele acreditava firmemente na indissolubilidade do matrimônio e na autoridade do Papa em questões eclesiásticas. Esse desacordo inicial marcou o início de um conflito cada vez mais intenso entre More e Henrique.


Renúncia ao Cargo de Lord Chancellor:


Em 1529, Henrique VIII nomeou More como Lord Chancellor da Inglaterra, sucedendo ao cardeal Thomas Wolsey. No entanto, em 1532, diante da crescente pressão para apoiar as ações do rei contra a Igreja Católica, More renunciou ao cargo. Ele citou razões de saúde, mas sua verdadeira motivação foi sua incapacidade de reconciliar sua consciência religiosa com as exigências do rei.


Recusa em Assinar o Ato de Supremacia:


O Ato de Supremacia de 1534 foi um ponto de ruptura definitivo. Esse ato declarou Henrique VIII como o "Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra", rompendo formalmente com a autoridade do Papa. More recusou-se a jurar lealdade ao Ato de Supremacia, uma vez que isso significaria negar a primazia do Papa e a unidade da Igreja Católica.


Prisão e Julgamento:


Em abril de 1534, More foi preso e encarcerado na Torre de Londres por sua recusa em assinar o juramento de lealdade ao Ato de Supremacia. Ele foi mantido na Torre por mais de um ano, durante o qual escreveu várias obras, incluindo sua famosa carta à sua filha Margaret, explicando suas razões para se manter firme em suas convicções.


Em julho de 1535, More foi julgado por traição. Durante o julgamento, ele defendeu eloquentemente sua posição, argumentando que nunca tinha traído o rei, mas simplesmente seguido sua consciência e fé. Apesar de sua defesa, ele foi condenado à morte.


Execução e Últimas Palavras:


Em 6 de julho de 1535, Thomas More foi decapitado na Torre de Londres. Suas últimas palavras foram: "Eu morro como o bom servo do rei, mas Deus vem primeiro." Essas palavras encapsulam sua lealdade ao seu soberano, mas, acima de tudo, sua lealdade a Deus e à sua fé.


Legado


A vida e o martírio de Thomas More tiveram um impacto duradouro. Ele foi beatificado em 1886 pelo Papa Leão XIII e canonizado em 1935 pelo Papa Pio XI. More é reverenciado como um santo e mártir na Igreja Católica e é lembrado como um símbolo de integridade moral e fidelidade à consciência. Sua obra "Utopia" continua a ser uma influência seminal na filosofia política e social, refletindo seu compromisso com a justiça, a racionalidade e a fé.



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